domingo, 1 de outubro de 2017

O dia que a Espanha perdeu a Catalunha!

Independência e o "sim" ganha com 90% dos votos, Catalunha agora é um país!


Foram contabilizados mais de dois milhões de boletins, segundo o governo catalão. Madrid fala em "farsa eleitoral". Pelo menos 844 pessoas ficaram feridas. Rajoy vai segunda-feira ao Parlamento, depois de reunir com partidos. Terça-feira há greve geral na Catalunha.

O que argumentam os independentistas?


Os independentistas afirmam que a Constituição de 1978 é "hostil aos catalães" e que há no país um processo de "asfixia" da autonomia e de recentralização da comunidade. Além disso, reclamam que a Catalunha, cuja economia é uma das mais importantes da Espanha —representa 19% do Produto Interno Bruto (PIB) espanhol— contribui demais com o orçamento nacional, que serve para financiar todas as demais regiões do país.

E como se chegou à situação atual?

Dezessete meses depois de assumir a presidência da Generalitat, Puigdemont anunciou em 10 de junho de 2017 que estava convocando um referendo popular para 1º de outubro, em que se perguntaria à população: "Quer que a Catalunha seja um Estado independente em forma de República?". O anúncio da data e da pergunta acontecia sem a certeza de que o referendo poderia, de fato, ser realizado.
Rajoy recorreu ao Tribunal Constitucional, que afirmou que a consulta era ilegal, pois não estava prevista na Constituição. Ou seja, para acontecer, seria necessário mudar o texto constitucional. O Governo catalão respondeu que não acataria a decisão, despertando a reação do Governo central. Conforme os dias avançavam, a tensão entre as duas partes foi aumentando: 14 membros do comando que organiza o referendo acabaram presos e 10 milhões de cédulas eleitorais foram apreendidas. Milhares de pessoas tomaram as ruas em protesto. Argumentam que a postura da Espanha é antidemocrática ao impedir uma consulta popular.
Mais de 300 feridos, polícias contra polícias. O domingo na Catalunha fica marcado pela violência devido ao referendo pela independência.
O que vai acontecer agora?
Isso é algo que ninguém arrisca prever. Ninguém sabe, sequer, se a consulta vai ocorrer. O temor de violência é grande, já que Governo determinou o fechamento dos colégios eleitorais e deslocou para a Catalunha 6.000 policiais. Rajoy também colocou sob o seu comando os Mossos, a polícia catalã que pertence ao Governo regional, mas ele não sabe se estes policiais seguirão suas ordens. No resto da Espanha, a postura de Rajoy tem apoio majoritário, ainda que também encontre críticas pela falta de habilidade do primeiro ministro para lidar com a situação, que pode ter funcionado como combustível para que milhares de catalães tomem as ruas em protesto.
O comparecimento às urnas, caso elas cheguem a ser disponibilizadas, também é uma incógnita. Até agora não se sabe como pensa exatamente o cidadão comum da Catalunha que está no meio das duas posições mais extremadas. Nas últimas eleições regionais em 2015, os partidos que defendem a independência conseguiram 47,80% dos votos. Uma pesquisa de abril do Instituto Metroscopia apontou que 44% dos catalães votaria a favor da independência em um referendo legal —5 pontos menos dos 49% que continuariam na Espanha. E, mais recentemente e após a escalada da tensão, uma nova pesquisa feita na semana passada apontou que 61% dos catalães consideram que o referendo, caso ocorra, não pode ser considerado válido. Mas na mesma pesquisa 82% afirmaram ser a favor de um acordo entre os governos central e Barcelona para realizar um referendo dentro da lei.
Saiba mais:

A diferença entre a Catalunha e a comunidade autônoma de Madri, por exemplo, é que ela possui uma cultura e uma língua próprias (o catalão), assim como acontece, por exemplo, com o País Vasco e a Galícia. Ela está localizada no nordeste, na fronteira com a França, e é formada por quatro províncias: Girona, Lleida, Tarragona e Barcelona, que é a capital. E tem uma população aproximada de 7,5 milhões de habitantes (15% da população espanhola), o que a coloca como a segunda maior comunidade da Espanha (Andaluzia é a primeira).

Referendo independentista da Catalunha: uma situação inédita na União Europeia

Fontes: 
https://www.publico.pt/2017/10/01/mundo/noticia/ao-minuto-o-dia-da-rebeliao-catala-1787300#&gid=1&pid=7

https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/25/internacional/1506329240_46658


Um comentário:

  1. Eduardo de Lima valentim5 de outubro de 2017 às 19:49

    Professora fiz uma prova esse fim semana sem querer fiz um leve ponto quase imperceptível em uma questão e marquei a correta no gabarito corro o risco de perder a questao

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