segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Cuba assume presidência da cúpula latino-americana e caribenha no Chile



O presidente de Cuba, Raúl Castro, assumiu nesta segunda-feira (28/01/2013), por um ano, a presidência da Comunidade de Estados Latino Americanos e Caribenhos (Celac), em uma cúpula em Santiago do Chile.O cargo foi transmitido pelo presidente do Chile, Sebastián Piñera.

CELAC

A Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos – CELAC foi criada na “Cúpula da Unidade da América Latina e do Caribe”, realizada na Riviera Maya (México), em fevereiro de 2010, em histórica decisão dos Chefes de Estado e de Governo da região. A Cúpula da Unidade compreendeu a II Cúpula da América Latina e o Caribe sobre Integração e Desenvolvimento – CALC e a XXI Cúpula do Grupo do Rio.

A Celac, integrada por 33 países, foi criada em dezembro de 2011 em Caracas a pedido do próprio Chávez, hospitalizado em Cuba desde 11 de dezembro após sua quarta operação contra um câncer.
Os presidente de Cuba, Raúl Castro, durante cúpula da Celac nesta segunda-feira (28) em Santiago do Chile (Foto: AFP)Os presidente de Cuba, Raúl Castro, durante cúpula da Celac no Chile 
Chávez promoveu a criação do organismo diplomático como um contrapeso à Organização dos Estados Americanos (OEA), onde os Estados Unidos, seu rival regional, têm forte influência.
Havana é objeto de um embargo econômico e alvo de uma política de isolamento por parte de Washington há 50 anos.

O presidente Hugo Chávez, que se encontra hospitalizado em Havana há um mês e meio, enviou uma mensagem à cúpula de próprio punho e escrita com tinha vermelha afirmando que com a presidência de Cuba,
 "A América Latina e o Caribe estão avisando aos EUA em coro que todas as tentativas de isolar Cuba fracassaram e fracassarão. Nós nos comprometemos a dar todo o nosso apoio a Cuba, que ocupa a partir desta cúpula de Santiago a presidência temporária da comunidade; é um ato de justiça depois de mais de 50 anos de resistência ao criminoso bloqueio imperial", escreveu Chávez.

Este respaldo da região à ilha de Fidel ocorre depois de o presidente Barack Obama, que flexibilizou o embargo contra o país, assumir seu segundo mandato e nomear o senador democrata John Kerry como secretário de Estado. Kerry sempre se declarou cético com respeito ao bloqueio americano, vigente desde 1962.

Raúl Castro, de 81 anos, reconheceu antes de assumir a presidência temporária do grupo que "entre nós há pensamentos distintos e inclusive diferenças, mas a Celac surgiu sobre a história de 200 anos de luta pela independência".

Em relação a Cuba
A região percorreu um longo caminho desde a ruptura de relações diplomáticas a mando de Washington em 1962, com exceção do México, passando pelo apoio de Havana às guerrilhas que surgiram então na região, até chegar à presidência da Celac.

Na última década, a esquerda chegou ao governo em vários países da região, presididos em alguns casos por ex-guerrilheiros inspirados no "castrismo", como Dilma Rousseff no Brasil, Mujica no Uruguai, Daniel Ortega na Nicarágua ou como no caso da guerrilha de El Salvador, que constitui o partido que está no poder.

Já Cuba está desempenhando um papel chave nas negociações de paz entre o governo do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, com a última grande guerrilha da América Latina, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

Em dezembro de 2011, numa cúpula em Caracas se decidiu pela fundação da Celac presidida por Chávez, já doente, e foi acordado que o Chile presidiria o primeiro ano e era responsável por organizar a atual cúpula de fundação. Por uma necessidade de equilíbrio, a presidência nos próximos dois anos se dividirá entre Cuba e Costa Rica.

A presidência cubana da Celac gerou uma polêmica na região entre políticos e analistas.

Posição da OEA
José Miguel Insulza, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), entidade que excluiu o regime castrista a exemplo de Washington em 1962, afirmou que "os chefes de Estado e de governo avaliariam se isto era conveniente ou não em uma comunidade recém-nascida e que ainda necessita afirmar-se na parte internacional".

"No que diz respeito a Cuba, sempre pensei que a inclusão e a cooperação com Cuba é melhor para promover a democracia do que a exclusão e o isolamento", acrescentou Insulza.

A OEA retirou a suspensão do governo de Cuba em 2009, mas Havana manifestou que não lhe interessava regressar à organização do continente criada depois da Segunda Guerra Mundial por determinação de Washington.
Fonte, clique em: g1.globo.com/mundo.

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